Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esses, representam 23 milhões dos trabalhadores atualmente. Logo, uma liderança inadequada é um dos maiores empecilhos para permitir o alcance de seus resultados nas corporações. Afinal, sem uma orientação assertiva, os times ficam desestabilizados e dificilmente atingem as metas propostas.

Ainda, tratando-se dos mais novos, é necessário haver um equilíbrio entre ensinar e motivar. É claro, essa responsabilidade não depende apenas da gestão. A condução do processo se faz de forma mútua. O colaborador precisa ter disposição para absorver esses estímulos de maneira genuína.

Viva o novo para superar a falta do velho

Assim como se é esperado, há muitas diferenças culturais entre essa e as demais predecessoras. Não obstante, o embate contra suas particularidades é uma “guerra perdida”. Isso porque, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a Geração Z, atualmente, representa a maior do planeta, compondo cerca de 32% da população mundial.

Logo, é imprescindível se integrar às variedades comportamentais para promover a sua retenção nas instituições. Para Fábio Steren, Sócio da Wide Consultoria, uma das características mais relevantes desses jovens é o anseio de liberdade. Portanto, é proveitoso aliar o modelo de exercício a esse propósito.

Nas palavras dele, “quando falamos do futuro do trabalho, eles são exímios em criar os negócios, inovações e soluções para a sociedade”. Sabendo disso, o desafio é entender como encaixar as expectativas dessas pessoas com os procedimentos organizacionais já existentes.

É preciso investir em uma adaptação não só no ambiente laboral, mas também na coordenação de talentos. Isso porque eles não têm o mesmo apego ou fidelidade por um emprego como as demais, por estarem constantemente em busca de novas oportunidades de crescimento.

Como tornar o ambiente de trabalho mais favorável para a Geração Z? 

Para Rodrigo Zerlotti, CEO da Plooral, “conforme passam a ser dominantes em massa nas companhias, da mesma forma como aconteceu com o progresso das outras gerações, as corporações evoluem e passam a se habituar aos pontos de maior destaque”. Para tal, existem algumas atitudes a ser tomadas para aumentar o seu interesse em permanência, como por exemplo:

•  Saber ouvi-los

Essa geração valoriza bastante o ombro amigo. Em vista disso, busque entender quais são os seus pensamentos acerca da empresa, como interpreta a função desempenhada e demais assuntos relevantes. Dê espaço para suas ideias e sugestões para a produtividade do setor. Com isso, certamente haverá um aumento da motivação no cotidiano, além de trazer mais engajamento.

• Definir metas

Ter as metas definidas de forma coerente, além de desafiador, se bem aplicado pode ser um bom exercício para a motivação. Quando não se sabe seu propósito na organização, é mais fácil perdê-lo. Portanto, evidenciar seu papel e objetivos pode ser extremamente proveitoso.

• Investir em benefícios

Os benefícios também servem como uma forma de engajar os colaboradores e oferecer condições atraentes de bonificações. A lista pode incluir desde vale refeição, até promoções ou descontos em viagens de intercâmbio. Promover happy hours de vez em quando também ajuda a integrá-los aos demais.

• Dar feedbacks

Dar devolutivas, ou feedbacks, de forma assertiva, é sua melhor ferramenta de ensino. Ao aplicar uma avaliação de desempenho, o líder contribui para entender como estão impactando o negócio. Como, normalmente, desejam crescer rapidamente, é benéfico saber se estão apresentando um serviço relevante e de qual modo podem melhorar seu desempenho.

• Propor flexibilidade

Um fluxo burocrático é, por vezes, um fator de descontentamento, sendo interessante buscar formas de simplificar o processo quando possível. Dar autonomia para executarem suas tarefas à sua maneira é uma forma de valorizá-los. Isso pode ser feito por meio de horas flexíveis, ou pela  possibilidade de home office, por exemplo.

• Engajamento em causas importantes como diversidade e inclusão.

Essa estratégia representa, sobretudo, um grande diferencial competitivo em mentalidade. Além do impacto positivo para a imagem, demonstra comprometimento com a responsabilidade social além dos lucros. Essa simples prática de acolhimento já é capaz de “brilhar os olhos” de muitos deles, por interesse comum nessas pautas.

As demissões silenciosas como resposta ao descontentamento

Para tanto, outro ponto de atenção é a demissão silenciosa, ou quit quitting em inglês. Essa é uma mudança de mentalidade pautada em estabelecer limites e realizar apenas o necessário. Os adeptos, em sua maioria dessa faixa etária, cumprem com suas obrigações, mas não “vivem para trabalhar”.

Prova disso, uma pesquisa divulgada pela Workmonitor, da consultoria Randstad, demonstrou: 56% dos entrevistados da Geração Z afirmaram a possibilidade de deixar sua ocupação se isso interferisse em suas vidas pessoais. Uma maneira de se tornar mais atrativa aos seus olhos é dispor de direitos e vantagens.

Em resposta a isso, a pesquisa apontou uma maior permanência em 22% dos empregados, por receberem um aumento nos benefícios, como assistência médica e previdência. Outros 25% foram contemplados com treinamentos. Logo, essas medidas devem ser consideradas.

Os grandes destaques desses profissionais

Se os “millennials” já eram conhecidos por serem “digitais”, imagine então os seus sucessores. Quem nasceu depois dos anos 2000, não teve de se acostumar com o avanço repentino da tecnologia, pelo menos não como seus pais e avós. As inovações simplesmente fizeram parte da sua infância e criação como indivíduo. Os “centennials”, por sua vez, não imaginarão um mundo sem wi-fi ou smartphone.

Por esse motivo, conforme relata Ricardo Maia, Gerente de Sistemas na Bematize, o seu ingresso traz inúmeros proveitos, como: o aprendizado acelerado, facilidade e inovação nas redes sociais e principalmente a curiosidade. Então, segundo suas palavras, “essa geração permite o compartilhamento de tudo isso com as outras e essa troca é maravilhosa para o negócio, fomentando o aprendizado, crescimento e evolução.”